segunda-feira, 3 de agosto de 2009

DEFININDO O DESTINO

DEFININDO O DESTINO
Marcial Salaverry

Para definir o Destino, é buscar definição para o que é indefinível, pois muito já se falou sobre o que é o Destino, mas até agora ainda não vi nenhuma conclusão, digamos, conclusiva sobre este assunto.

Alguns dizem que nosso destino é traçado no momento em que nascemos, e não existe nada que poderá modificá-lo. Neste caso, sugiro que todos devemos nos dirigir para o local mais confortável possível, e que lá fiquemos sentados quietinhos, esperando que ele se cumpra. Se já foi traçado, e se nada pode modificá-lo, para que malhar em ferro frio?

Existe uma outra versão que afirma que o destino está totalmente em nossas mãos, e que nós é que devemos moldá-lo a nosso bel prazer, usando para tanto de nosso livre arbítrio. Aqui existe alguma coerência, mas existem controvérsias pois existem fatores diversos, muitas vezes trazendo fatos que nos obrigam a desviar de nossa meta, e não podemos seguir o que havíamos traçado para nós.

Não será este fato provocado pela inexorabilidade do Destino e que estamos tentando modificar? Então ele reage, como que mostrando que nosso caminho não é aquele, mas outro.

Estamos chegando a um consenso. Realmente existe algo de digamos, pré-determinado na coisa toda. Vocês podem notar que muitas vezes somos como que "empurrados" para determinados caminhos. Podemos reagir contra essa tendência, mas após algumas voltas, eis que o mesmo caminho surge novamente, como que a dizer: Ainda está em tempo... Vê se entende como deve ser...

Existe também nosso livre arbítrio, pelo qual podemos escolher como reger nosso destino. Entendo estar na conjunção das duas idéias, o porque de algumas pessoas conseguirem sucesso na vida, e outras não. Ou seja, aquelas cujo livre arbítrio esteja "em sintonia" com o destino, desenvolvem seu trabalho, suas aptidões da melhor maneira possível, ao passo que aqueles que "forçaram" a barra, encontram mais dificuldades.

O que realmente é difícil é chegar-se a essa "conjunção", pois nem sempre conseguimos "enxergar" ou "entender" o tal do Destino. Chega-se a levar quase que uma vida inteira para entender o que desde o início estava à nossa frente... e não víamos.

Coisa muito parecida aconteceu comigo. Levei 62 anos para entender a coisa. A necessidade de ganhar a vida, o sustento da família, são fatores que muitas vezes nos impedem de enxergar o que está bem ali, na ponta do nariz.

Algo que desejo tentar passar para os mais jovens, é que saibam ler dentro de si, procurem saber entender sua real vocação, não se deixando levar pelo que outros achem ser o melhor para vocês.

Conseguindo enxergar o real talento, e desenvolvê-lo, é meio caminho andado para o sucesso. O outro meio caminho vai depender de sua determinação, de sua real vontade de "chegar lá".

Não se esqueçam de que, se conseguirmos nos entender com o destino, temos que usar também nosso livre arbítrio, nossa vontade para ajudar o destino a se cumprir.

Não depende só de nós, nem depende só dele, mas sim da combinação das duas coisas, de encontrar o caminho, e de lutar para percorrê-lo.

Só para finalizar, quero transcrever um recado deixado por João Freire Filho, grande poeta carioca:

"Por tanto que me tem dado, pelo riso e pelo pranto,

Destino, muito obrigado, nem sei se mereço tanto".

Este, sem dúvida, foi um que soube encontrar seu destino, e lutar por ele.

O destino me reservou uma missão para hoje, desejar a vocês todos UM LINDO DIA.

Marcial Salaverry
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