segunda-feira, 10 de agosto de 2009

AS SEMPRE COMPLEXAS RELAÇÕES ENTRE PAIS E FILHOS

AS SEMPRE COMPLEXAS RELAÇÕES ENTRE PAIS E FILHOS
Marcial Salaverry

Por ser algo sempre complexo, e sobretudo contoroverso, muito há o que se falar sobre o relacionamento entre Pais e Filhos, devido aos diversos tipos de pais que encontramos.

Inicialmente, vamos falar daqueles pais que procuram realizar seus sonhos através dos filhos. Por exemplo, aquele pai que acalentava o sonho de ser médico, e que desde pequeno, procura incutir na cabeça da criança a maravilha que é ser médico. Argumenta "que é uma profissão linda, que cura as pessoas, salva vidas" (esquece-se de dizer que também pode matar se não for um médico competente). Daí, a criança cresce sofrendo aquela lavagem cerebral e, quando indagado sobre o que vai ser quando crescer, responde automaticamente: "Médico, né papai?".

Na verdade, o que deve ser feito é uma análise profunda sobre as reais vocações da criança, observando suas tendências, e mesmo fazendo um teste vocacional para que se possa chegar a uma conclusão sobre a carreira a seguir. Quantas vezes vemos um médico frustrado, porque sua vocação o levava para a música.

Existem muitos pais que, ou por comodismo, ou por desamor, preferem deixar que os filhos cresçam tendo todas suas vontades satisfeitas, sem mostrar-lhes limites, sem coibir-lhes os excessos. Não é por aí, pois as crianças sempre precisam conhecer seus limites, saber até onde podem chegar,e o que lhes é permitido.

Por outro lado, temos o oposto, ou seja, pais que impõe disciplina quase militar, tudo proibindo, tolhendo os passos e não deixando que a criança sequer se manifeste, sob a alegação: "Eu sei o que é melhor para meus filhos" Será que sabem mesmo? Ao impor as proibições, simplesmente dizem "Não pode, porque não pode". Também não é por aí, pois as crianças, se precisam conhecer os limites, também precisam saber o porque desses limites, ou seja: "Não posso usar drogas, ou fumar, por que?". Se simplesmente forem proibidas "e pronto", existe o perigo de sentir a curiosidade de provar, só porque "é proibido". E é por causa disso que muitos pais perguntam: "Onde foi que eu errei?", quando os filhos se tornam problemas, e fazem tudo aquilo que não devem...

O ideal é o meio termo, nem tanta liberdade (que acaba levando à liberalidade), nem tanta repressão. O que se deve fazer é ficar "em cima do muro", ou seja, através de muito diálogo, sempre procurar dar uma orientação segura sobre as coisas da vida. A criança precisa sentir confiança nos ensinamentos recebidos em casa, para não procurar informações fora. Lá nem sempre é bem orientado. É certo que dá trabalho manter esse diálogo em casa, essa orientação constante, mas é um trabalho compensador.

Existe ainda um ponto de equilíbrio importante nessa relação entre Pais e Filhos, que é o papel importantíssimo representado pelos PROFESSORES, estes, verdadeiros auxiliares dos pais. Vejam bem, não podem ser considerados os substitutos dos pais, devem sim, complementar a educação iniciada em casa.

Porém, por vezes se vêem na obrigação de assumir as rédeas, devido à omissão de muitos pais. E isso, realmente, é lamentável.

Muitas vezes atribui-se às "más companhias", certos descaminhos dos filhos.

Na verdade, o que não houve foi uma orientação adequada, que desse ao jovem o discernimento para saber evitar as tais "más companhias".Aliás, quando se fala em "más companhias", pergunta-se quem teria sido a má companhia...

Bem, para que o Dia dos Pais seja dignamente comemorado, não basta um almoço especial, nem um belo presente. É preciso que durante todos os dias do ano haja um clima de paz e de amizade. E, principalmente, muito diálogo,muita troca de informações, de ensinamentos.

Pais e Filhos, precisam, antes de tudo cultivar e viver em um clima de amizade e compreensão, para que certas coisas daninhas não aconteçam, e para que não apenas o Dia dos Pais, mas os demais dias do ano possam sempre ser UM LINDO DIA.


Marcial Salaverry
Preserve os direitos autorais