segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O DRAMA DOS PROFESSORES

O DRAMA DOS PROFESSORES
Marcial Salaverry

Estamos quase chegando ao tão falado Dia dos Professores. Então, vamos falar sobre o drama dos professores brasileiros, mal remunerados, mal compreendidos, tendo que dar um duro danado, matando alguns leões por dia (com vontade de substituir os leões por alunos...) para poder sobreviver.

São eles realmente o elo que liga as gerações, entre Pais e Filhos. São os incompreendidos e abnegados professores e professoras. Ainda me lembro do que aprontei em meus tempos de estudante, e a eles peço que me perdoem, tá? Na época não sabia que a vida de vocês era essa batalha, porque se soubesse, teria sido um pouco mais bem comportado, claro que sem fanatismo, porque sempre tive um espírito, digamos muito brincalhão, embora eles dissessem que era de porco.

Muita gente acha que é muito fácil ser professor. É só decorar as aulas, e despejar matéria em cima dos alunos. Depois, corrigir as provas, dar as notas, e pronto. É verdadeiramente uma maravilha ser professor. Beleza pura. Se voce acha isso, vai lá. Experimenta.

Agora, esqueçamos as utopias, e vamos para a realidade. É uma das classes mais mal remuneradas que existe. Se não tiver outras fontes de renda, tem que correr feito doido atrás da bola, em 3 e 4 empregos, para tentar morrer de fome com dignidade, e nem sempre o consegue.

Não podemos esquecer os longos anos de estudo para chegar ao Magistério. Realmente, Professor não é uma profissão, é um estado de espírito. É uma vocação. É masoquismo.

Agora entra em pauta a parte mais delicada do que é ser Professor, ou seja, o que deveria ser a complementação da educação iniciada nos lares. Deveria, mas na maior parte dos casos (principalmente no curso primário), as crianças chegam para as salas de aula sem a mínima orientação de vida, sem sequer saber com exatidão o que foram fazer na escola.

Nesses casos, o Professor tem que fazer a coisa desde o início. Precisa burilar a criança. Trabalhar a cabecinha, “trazendo-a” para o ambiente escolar. Esse trabalho nem sempre é compreendido pelos pais, que acham ser uma “interferência” na educação familiar, que inexiste.

E quando numa sala de aula existe um ou mais “adolescentes rebeldes”, fruto de uma “deseducação familiar” total e completa, a coisa fica complicada. Os professores, em casos como esse tem que fazer “das tripas coração” para não deixar que o mau aluno deteriore o ambiente da sala de aula.

Procura os pais que nem sempre colaboram (nunca tem tempo para ir às reuniões). Enfim, não é fácil lidar com esse tipo de adolescentes.

É preciso muita psicologia para lidar com crianças, dada a heterogeneidade que se encontra em uma sala de aula, mas as crianças pequenas são, por vezes, mais maleáveis, embora existam aqueles crianças mimadas e "vítimas" da super proteção familiar.

O problema principal são os adolescentes, que já trazem mais arraigados os problemas domésticos, são por natureza revoltados contra alguma coisa, que nem mesmo eles sabem definir, são os "rebeldes sem causa", e que os professores procuram “consertar”. Sempre procuram cativar os líderes da turma, que muitas vezes colaboram para “acertar” a classe. Enfim, haja paciência, e muita sabedoria para contornar certas situações.

Enfim, temos que registrar aqui uma homenagem a estes que são a verdadeira ligação “intergeracional”. É um trabalho de “sapa”, nem sempre compreendido, mal remunerado e super sacrificado. Afinal, estão lidando com o futuro das crianças. Muitas vezes crianças-problema são “consertadas” na sala de aula, graças ao trabalho psicológico lá desenvolvido pelos professores. Muitas vezes o trabalho dos professores é estragado pela falta de uma complementação doméstica.

Claro que existem exceções,mas isso já é outro papo...

Terminando, sigam o conselho deste seu mestre: TENHAM UM LINDO DIA.